Descia um anjo realmente no tanque de Betesda?
>> terça-feira, 21 de janeiro de 2014 –
ESTUDOS
descia um anjo Realmente no tanque de Betesda? Descrito na
Palavra de Deus no Evangelho de João 5.1-15,
A cidade de Jerusalém sempre foi muito importante por ser
considerada à cidade sagrada. Por judeus, cristãos e muçulmanos.
Nessa cidade havia uma fonte de água que ficava próximo da
“porta das ovelhas”, ou seja, próximo a um mercado de animais. Talvez por essa
cidade, ser reconhecida como sagrada, e, portanto, mística.
Nasceu a história de que essa fonte possuía águas miraculosas.
Dizia-se que um anjo vinha do céu uma vez por ano, agitava as águas e o
primeiro doente que mergulhasse, seria curado.
Muitas pessoas se aglomeravam aguardando um milagre. Na
verdade uma multidão de pessoas inválidas: cegos mancos e paralíticos.
Foi construído nessa fonte um pavilhão para abrigar tanta
gente, este possuía um alpendre com cinco pavimentos. O lugar foi denominado,
ironicamente, de Betesda – que em hebraico significa “casa de misericórdia”.
“Conta-se que muitas famílias, para se verem livres dos
doentes, os abandonavam nos alpendres do tanque de Betesda. Os ricos compravam
escravos para os ajudarem a entrar nas águas.
Alguns alugavam as bordas mais próximas, que possibilitavam
melhor acesso. Todos queriam o seu milagre e, lógico, os mais abastados,
sagazes e famosos, se sentiam perto da graça”.
É óbvio que se os mais abastados ficavam nos lugares de
melhor acesso para entrar na água, os pobres e miseráveis ficavam sempre no
fundo do pavilhão, sempre por último.
Eu sei que é difícil, mas imaginemos a situação: Um lugar
que se acreditava que um anjo descia uma vez por ano, mas ninguém sabia a data
exata.
De repente alguém grita: “o anjo agitou as águas”, e a confusão estava feita, doentes se jogando por todos os lados na tentativa de ser o primeiro a entrar, e novamente aconteceu que, ninguém sabe ao certo quem foi o primeiro e, portanto, não houve cura. Mais um ano de frustração.
As pessoas afirmavam que o anjo descia até o tanque
anualmente, mas ninguém sabia a data exata. Irrequietos, os doentes mais hábeis
saltavam, esporadicamente, para se anteciparem ao anjo. A confusão era
constante. Os que se sentiam melhor, corriam pelos corredores gritando
“aleluia” e outros, nervosos e frustrados, desmentiam os milagres. Vez por
outra, levantavam-se profetas prevendo o dia preciso em que o anjo visitaria o
local.
A passagem de Jesus pelo tanque de Betesda aconteceu num
sábado, o dia sagrado dos judeus, porque ele tinha um propósito: mostrar que a
religião se preocupa, prioritariamente, com a sua estabilidade. Os religiosos
sobrevivem da ilusão e não têm escrúpulos de gerar falsas expectativas em
pessoas fragilizadas.
A Jerusalém do século I a.C. reunia vários elementos das
culturas anteriores, como babilônicos, persas e helênicos, que as tinha
conquistado. O helenismo profundamente difundido pela alta sociedade encontrava
forças nas suas bases culturais principalmente quando estava relacionado à cura
de doenças, estas eram entendidas pelos povos semíticos como provenientes de
demônios crença essa difundida desde períodos remotos.
Mas, essa piscina, descoberta quando da ampliação de uma casa no contexto de Jerusalém no final do século XIX, foi escavada em meados do século XX.
Para surpresa dos arqueólogos, alguns dados vieram à tona: o
primeiro deles é que essa piscina faz parte de um complexo ligado ao santuário
de Serápis (Asclépio) que era o deus associado à cura.
Ela tem muito pouco (pelo menos o que foi escavado) haver
com o ambiente estritamente judaico. Talvez, por isso, Jesus não mandou o homem
mergulhar na piscina; ele o curou ali mesmo na borda.
Este era um santuário do deus da cura, Asclépio, e parece
ter muito mais relação com as guarnições multiétnicas romanas estacionadas em
Jerusalém, o que não quer dizer que ele também não possa ter atendido a judeus
helenizados”.
Foram encontradas no local colunatas do estilo romano e uma pintura de um anjo agitando as águas que segundo os especialistas responsáveis pelo achado comprovam que essa pintura é do período dos imperadores romanos cristãos, fato esse comprovado pelos profissionais químicos atuais, responsáveis por estudos mais profundos utilizando a técnica do carbono 14.
Os romanos reutilizaram a estrutura e a aumentaram
consideravelmente. Acrescentaram cisternas, bancos nas salas cobertas e,
possivelmente, um altar para sacrifícios. O lugar era claramente um santuário
onde se tomavam banhos de cura, sob a proteção de Serápis, como mostra as peças
arqueológicas descobertas.
Afrescos murais representando a cura; ex-voto comemorando as
duas funções de Serápis (curas e salvamentos no mar); moedas reproduzindo a
efígie de Serápis e da deusa Hígia, filha de Esculápio; uma representação
mostrando Serápis como serpente com a cabeça de homem barbado.
O Tanque de Betesda ficava localizado próximo a uma fonte
que segundo registros, já tinha a função de abastecimento desde o período de
Salomão como os mapas utilizados pela autora Karen Armstrong. A primeira menção
de ocupação da atual área de Jerusalém, remonta do século X a.C. pelo povo
Jebuseu nesse período não tinha referências de águas subterrâneas a parte
ocupada pelos Jebuseu se resumia a um elevado bem protegido e com a fonte de
Gion.
Contudo, constatamos que, o tanque nada mais era que uma
espécie de “Aparecida do Norte” de sua época. Judeus que acreditavam em algo
obviamente inexistente. O Tanque de Betesda é símbolo do formalismo e misticismo
religioso, onde jazem milhões e milhões de pessoas ao redor de um símbolo,
aguardando que um dia aconteça alguma coisa que os tire desta situação!