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ARQUEOLOGIA DA CIDADE DE SUSÃ, CAPITAL DE INVERNO DOS REIS DA PÉRSIA

Susa (ou Šuša) era uma antiga cidade do Próximo Oriente, capital do Elão e que fez também parte dos impérios babilónio, persa e parto, localizada cerca de 250 quilómetros a oriente do Rio Tigre, no que é hoje o sudoeste do Irão. É actualmente um grande campo arqueológico, e uma cidade com o seu antigo nome (Shush) situa-se nas proximidades.



Situada a 320 quilômetros a leste de Babilônia, Susã era capital da antiga Elão (Susiana), e mais tarde foi à capital de inverno dos reis persas. Destacou-se como cenário de muitos acontecimentos bíblicos nos tempos de Daniel, de Neemias, da rainha Ester e do rei Assuero (Xerxes).

Os franceses realizaram escavações aqui em 1852 sob a direção de W. K. Loftus reiniciaram-nas em 1884 com M. Dieulafoy, e tem continuado a tarefa sob a direção de Jaques Morgan e de outros. As ruínas estão divididas em quatro seções e cobrem uma superfície de uns 1.985 hectares. Portanto, talvez nunca seja completamente escavada.



Dieulafoy, ajudado por sua esposa, descobriu a fortaleza do palácio que o autor do livro de Ester chama “a cidadela de Susã”. Esta cobria uma superfície de 50 hectares, e tinha sido levantada à grande altura por sobre a cidade circundante. Era constituído da sala do trono, o “palácio real” e “o harém”, junto com os átrios interior e exterior, o jardim do palácio, pilares, escadas, terraços e várias passagens abobadadas. A sala do trono tinha 36 colunas, seis fileiras de seis colunas cada uma, com capteis talhados em forma de touros ajoelhados, espáduas e compridas vigas de cedro do Líbano que atravessavam a grande distância entre as maciças colunas. Para esse local vinha o rei quando se assentava sobre o trono de seu reino, e aqui eram celebrados seus banquetes e os acontecimentos sociais do estado, tais como o prolongado banquete descrito no primeiro capítulo do livro de Ester. O piso da sala do trono estava todo calçado de mármore vermelho, azul, branco e negro, tal como tem sido descrito no livro de Ester. “Neste piso de mármore caminhou a formosa rainha Ester, arriscando sua própria vida, aproximou-se do trono de reposteiro carmesim, parando justamente diante do tapete sobre o qual só os pés do rei podiam caminhar, para interceder pela vida do seu povo”.






Diante da grande sala do trono sustentada por colunas, estavam os jardins do palácio onde o rei caminhou enquanto refletia sobre as perversas obras de Hamã. Perto dali localizavam-se a arruinada “casa do rei” e a “casa das mulheres”. Essas casas estavam separadas, mas adjacentes uma da outra. Mais a frente situava-se “a porta do rei” onde se sentava Mardoqueu, o judeu. E entre os escombros, Dieulafoy encontrou inclusive um prisma (dado) quadrangular sobre o qual haviam gravados os números um, dois, cinco e seis. Com este “dado” (pur) eles lançavam sorte. “Eles lançaram Pur, ou seja, sorte” isto representa uma explicação para os judeus a respeito de como Hamã “lançou sortes” a fim de fixar uma data para a destruição dos judeus.

“Tudo isso causou uma impressão tão profunda em Dieulafoy, que ele fabricou um modelo em escala do grande palácio onde tinham ocorrido muitos dos acontecimentos do livro de Ester, e o colocou no museu do Louvre em Paris. Com estas restaurações, qualquer pessoa pode localizar “a porta do rei”, onde Mardoqueu se sentava, o átrio interior diante da casa do rei, onde Ester compareceu sem ser convidada por este; o átrio exterior da sala do rei, aonde Hamã veio para pedir ao rei que Mardoqueu fosse enforcado, e jardim do palácio onde o rei foi meditar e aplacar sua ira contra Hamã. Assim temos podido restaurar os contornos estruturais do palácio e obter um conhecimento mais preciso dos muitos fatos ali ocorridos, além de apreciar a maravilhosa exatidão de detalhes do livro de Ester.”


Em 1901 os homens de Morgan desenterraram três fragmentos de diorito negro que ao serem reunidos, formaram um impressionante monumento de estela, redondo na parte de cima, de 2,26 metros de altura. Constatou-se que se tratavam das leis de Hamurabi. No extremo superior do monumento há um baixo-relevo que mostra Shamash, o deus do sol, no ato de dar as leis de Hamurabi. Debaixo da escultura aparece o longo código, inscrito em cuneiforme, comportando uns 282 estatutos escritos em 3.000 linhas. Desses estatutos, 248 permanecem em muito bom estado de conservação. Porém, cinco a sete colunas no final da parte da frente foram apagadas em algum momento anterior à sua descoberta. Pere Jean Vincent Scheil, um brilhante assiriólogo francês, traduziu e publicou o código em um período de três meses. Imediatamente o código foi reconhecido um dos documentos jurídicos mais importantes que nos tem chegado da antiguidade.

“As leis estavam precedidas por um longo prólogo no qual Hamurabi honrava aos deuses do país. Hamurabi representa a si mesmo como um pastor e “um príncipe piedoso e temente a deus”, o que fez com que estela fosse gravada e colocada em um lugar público, para que o forte não oprimisse ao débil e para que a justiça prevalecesse no reino. As leis de Hamurabi eram para todas as pessoas de seus domínios, para o homem comum e para os juízes que tinham de decidir os casos pela lei. Observe-se sua tranqüilizadora súplica no prólogo:

“Que qualquer homem oprimido que tenha causa justificada venha à presença da minha estátua, o rei da justiça, e então leia cuidadosamente minha estela inscrita, e preste atenção às minhas preciosas palavras, e possa minha estela esclarecer seu caso; para que ele possa compreender sua causa, e possa aliviar sua preocupação.”

No código que se segue há legislação que rege quase todos os aspectos das atividades da vida diária, com exceção do que era considerado religioso.

“A descoberta do cilindro foi de extraordinária importância para toda a humanidade, mas especialmente para os eruditos da Bíblia. Em primeiro lugar o código era uma evidencia que apoiava a autenticidade da lei de Moisés. Alguns críticos tinham afirmado que a arte da escrita e a ciência da lei eram desconhecidas nesse período tão recuado da história. Mas aqui havia evidência indiscutível de que elas eram bem conhecidas muitos séculos antes da época de Moisés. Em segundo lugar há semelhanças, inclusive paralelos surpreendentes, entre partes dos estatutos de Hamurabi e os de Moisés no livro da aliança. Por exemplo, ao citar a lei por danos pessoais, o estatuto 206 de Hamurabi diz:

“Se um homem fere outro acidentalmente em uma briga com uma pedra ou com seu punho, e este não morrer, mas cair de cama... aquele que o feriu o indenizará pelos dias em que ele ficar sem poder trabalhar, e providenciará sua cura.”


A lei de Moisés para a mesma ofensa diz:

“Se dois homens brigarem e um ferir o outro com pedra ou punho, e este não morrer, mas cair de cama, se ele tornar a levantar-se e andar fora sobre seu bordão, então aquele que o feriu será absolvido; somente pagará o tempo perdido e o fará curar-se totalmente (Ex 21.18-19)”.

A semelhança entre este e vários estatutos deixou o caminho aberto para que alguns críticos eruditos propusessem a teoria de que as leis de Moisés na Bíblia foram em sua maioria derivados do código de Hamurabi. Todavia, depois de um exame mais cuidadoso, os eruditos em geral tem abandonado essa teoria. Constataram também, pelo resultado de outras pesquisas, que em tempos antigos havia códigos em vários países. Alguns eram inclusive, mais antigos de que o código de Hamurabi. A consciência universal dentro do homem tem-lhe ditado há muito tempo que existe o correto e o incorreto, e que a justiça é o critério apropriado para um tratamento humanitário.

“A lei de Moisés é muito superior ao código de Hamurabi, ou a qualquer outro dos códigos antigos de leis, devido a seus critérios morais, sua insistência no motivo do amor tanto a Deus como aos homens, sua exigência de um tratamento mais humano para os escravos, sua maior valorização da vida humana, e sua maior consideração quanto à condição da mulher. Mas basicamente a lei de Moisés é superior porque se move basicamente em alto plano moral e espiritual infinitamente superior a todos os demais códigos. Moisés ensina sobre a realidade do pecado na vida do homem, e sobre a responsabilidade do homem perante Deus com respeito a esse pecado. Esse é um fato que Hamurabi e os outros legisladores não conseguiram compreender em absoluto. O código de Hamurabi era exclusivamente civil e criminal, enquanto a lei de Moisés era cerimonial e religiosa, e profundamente espiritual, chegando a ser sem igual nesses aspectos entre os códigos de leis de todos os tempos.”


FONTE:
Bíblia Thompson, Suplemento Arqueológico

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