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ARQUEOLOGIA DA CIDADE DE DAMASCO, CAPITAL DA SÍRIA

A CIDADE MAIS ANTIGA DO MUNDO

Damasco é a cidade habitada mais antiga do mundo e capital da Síria. Localizada a nordeste do Lago da Galiléia é possuidora de uma história contínua, a qual começa na época de Uz (Neto de Noé), e chega aos dias atuais. Durante esses longos séculos, Damasco sempre foi considerada a cidade mais importante da Síria, e a metrópole dos povos do deserto. Sua longa existência se deve ao fato de estar localizada em uma planície de 24.000 hectares, que é um dos oásis mais férteis do mundo. A cidade e a planície circundante devem sua vida e sua prosperidade aos rios Farfar e Abana.




O Abana é conhecido atualmente como Barada, bifurca-se em forma de Leque em sete tranquilos braços, que por sua vez se subdividem em muitos riachos, os quais abastecem os lares e jardins, os hortos e as vinhas de umas quatrocentas mil pessoas de Damasco e seus arredores. Esses riachos em seguida submergem nas areias do deserto a uns 29 quilômetros na direção leste. O rio Farfar, hoje conhecido como rio Ava, nasce nas colinas ao pé do monte Hermon, e flui por uns 11 quilômetros até ao sul de Damasco, onde rega o campo de hortos circundantes.

Nesta cidade as ruínas de muros e portas são muito antigas, alguns dos muros datam da época romana. Em dois lugares distintos é apontada uma janela enladrilhada como aquela da qual Paulo foi descido num grande cesto (2 Co 11.33). Todavia isso somente serve para ilustrar a história, pois a obra de alvenaria que aparece imediatamente ao redor das janelas dificilmente data da época romana.




A RUA CHAMADA DIREITA
A rua chamada Direita começa na porta oriental e corre em direção ao oeste até atingir a centro da cidade. A casa de Ananias, conforme pode ser vista hoje, é uma capela baixa, semelhante a uma caverna, a cinco metros abaixo do nível da rua. Esta possivelmente podia ser a localização correta da casa, mas a rua direita estava então em um nível mais baixo, conforme demonstra a descoberta das ruínas de uma rua. A rua atual já não é o amplo passeio público de quilômetro e meio de cumprimento e quase 30 metros de largura, ao longo do qual “rangiam os carros de guerra romanos”. Todavia, é bastante reta e em seu extremo ocidental tem uns bazares telhados, os quis apresentam uma cena admirável e variada de um comércio bastante animado, tão genuinamente oriental como poderia ser encontrado em qualquer cidade de qualquer parte do mundo.

DAMASCO DOS TEMPOS BÍBLICOS
Na época do rei Davi, a Síria era um poderoso estado, cuja capital era Damasco. Davi derrotou os sírios e colocou suas tropas em Damasco (2 Sm 8.5-6). Durante o reinado de Salomão, no entanto Deus permitiu que Rezon (1 Rs 11.23-25), inimigo de Salomão, tomasse a Síria do controle de Israel por causa dos pecados de Salomão. Rezon fundou uma poderosa dinastia com sede em Damasco que durou mais de 200 anos.

Logo após a morte do rei Salomão, o rei de Damasco firmou um pacto com outros estados arameus, que resultou em muitos conflitos entre Israel e Damasco. No primeiro conflito, Bem-Hadad I, de Damasco, derrotou o rei Baasa de Israel (1 Rs 15.16-20; 2 Cr 16.1-4), mais tarde Deus libertou das forças militares sírias o rei Acabe e o pequeno exército de Israel (2 Rs 2.1-30). Ainda assim o rei Acabe fez pacto com Bem-Hadad II, contrariando a vontade de Deus (1 Rs 20.31-43), Acabe foi morto poucos anos depois em guerra contra a Síria (1 Rs 22.29-38).

Um dos momentos mais maravilhosos da relação entre Israel e Damasco foi quando Deus mandou o profeta Elias ungir Hazael como rei de Damasco (1 Rs 19.15). Nessa época o rei Jorão de Israel, foi bem sucedido na oposição a Hazael por algum tempo, mas a posição acabou invertendo-se. Tanto Israel quanto Judá foram vítimas do exército de Hazael (2 Rs 13.4-5; 13.3-22).

Muito tempo depois Deus enviou Rezim, rei da Síria, e Peca, rei de Israel, contra o rei Acaz de Judá (2 Rs 16.1-6). Acaz pediu ajuda a Tiglate-Pileser rei do novo e poderoso Império Assírio (2 Rs 16.7). O rei assírio reagiu conquistando a Síria, matando Rezim e, dessa forma acabando com a dinastia doa arameus e destruindo Damasco, isto em 732 a.C.

Após a conquista de Tiglate-Pileser, Damasco foi por cinco séculos residência dos reis assírios e persas. Ao final do Império Persa, Damasco foi conquistada por Alexandre, o Grande, que a transformou em capital provincial. Em 64 a.C., os romanos invadiram a Síria, fazendo dela uma província que tinha Damasco como sede de governo.

As referências a Damasco no Novo Testamento são associadas à conversão do apóstolo Paulo.

DAMASCO ATUAL
A cidade de damasco continua sendo uma grande cidade comercial, cheia de mercados ao ar livre; mas as tradições culturais são muçulmanas. Sua mais notável construção é a Grande Mesquita, construída no século VIII d.C.


A Grande Mesquita, que quanto ao caráter sagrado só pode ser superada pelas mesquitas de Meca, Medina e Jerusalém. É o edifício mais antigo e venerado de Damasco. Representa três períodos da história, e as três religiões que a possuíram: o paganismo, o cristianismo e o islamismo. Os maciços alicerces e as colunas exteriores pertencem a um templo grego ou romano. Na opinião de alguns historiadores, é provável que este lugar seja o lugar do templo de Rimom (Hadad), onde Naamã depositou “uma carga de terra que duas mulas possam transportar” e ergueu seu próprio altar (2 Rs 5.17-18). Mais tarde Acaz viu o altar deste templo e fez com que o reproduzissem em Jerusalém (2 Rs 16.10-13). Quando os romanos assumiram o domínio da cidade, o templo foi dedicado a Júpiter. Depois que Constantino converteu-se ao cristianismo no século IV, o templo foi reconstruído e transformado em uma imensa igreja que Teodósio dedicou a João Batista. Quando os muçulmanos capturaram Damasco em 634 d.C., a edificação foi remodelada e convertida em uma suntuosa mesquita. O edifício sofreu três incêndios, sendo porém restaurado em todas as três ocasiões.

Em sua condição atual, a Grande Mesquita consiste de uma estrutura quadrangular de 146 por 90 metros, rodeada de excelentes muros de alvenaria, e coroada de uma esplendida cúpula, três torres elevadas e uma multidão de minaretes (torres pequenas). Um desses minaretes é conhecido como “o minarete de Jesus”, porque, segundo a tradição islâmica, “Jesus aparecerá no alto desse minarete no dia do grande juízo final”.

No lado sul da mesquita, na viga superior de uma pouco usada mas esplêndida porta, há uma inscrição em grego que diz:

TEU REINO, Ó CRISTO, É UM REINO ETERNO.

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