Títulos Errados na Bíblia
>> quinta-feira, 22 de março de 2012 –
ESTUDOS
Ah! Mas, pode ser que o titulista estivesse referindo-se aos talentos depois de multiplicados. Vamos ver: O que recebeu CINCO, granjeou mais CINCO, o que recebeu DOIS, batalhou e conseguiu mais DOIS, e o outro, o pusilânime, apenas escondeu o dinheiro, o qual não rendeu juros, nem correção monetária. Ficou, portanto, com apenas UM.
Fazendo-se novamente a soma, teremos que mudar o título para" A parábola dos quinze talentos, porque 5+5+2+2+1=15!
Na Edição Revista e Corrigida antes de Lucas 6: 17, está estampado este título: O SERMÃO DA MONTANHA". Assim que o versículo começa, Jesus está DESCENDO com os discípulos e "parou num LUGAR PLANO" (Lucas 6: 17).
Onde o titulista foi buscar essa montanha?
Além de estar descendo, ainda parou num lugar plano. Isto só pode ter sido falta de atenção, ou então o titulista deduziu que o evangelista estava citando o mesmo sermão do monte que Jesus havia pregado.
O famoso Sermão do Monte, pregado por Jesus, segundo está registrado nos Capítulos 5, 6 e 7 de Mateus, foi realmente pregado em um monte, pois lemos:
"Vendo Jesus as multidões, SUBIU A MONTE ... " (Mateus 5:1).
O outro sermão que foi pregado por Jesus relatado por Lucas, apesar de conter palavras bem parecidas e vários conceitos serem repetidos, foi pregado não em um monte, como o primeiro, mas em lugar bem diferente.
Na RA o título do Capítulo 25 de Jó é o seguinte: "DEUS NÃO OUVE OS AFLITOS PORQUE ESTES NÃO TEM FÉ". Não está um pouco forte a generalização? É verdade que muitos aflitos não têm fé, mas será que nenhum aflito têm fé?
É a própria Bíblia que nos manda ficar aflitos, para podermos receber as bênçãos de Deus. Tiago dá como mandamento o seguinte ''AFLIGI-VOS, lamentai e chorai." (Tiago 4:9).
Também no Velho testamento o povo era concitado, de vez em quando, a afligir suas almas, para receber o perdão de Deus. (v. Levítico 16:29).
Na Versão Revista e Corrigida e na Revista e Atualizada temos o título do livro de Salomão como "Cantares de Salomão". No primeiro versículo, lemos o verdadeiro título: "Cânticos dos Cânticos". Somente a tradução brasileira tem o título correto.
No título que encima o Capítulo 5 de Juizes, todas as traduções que consultei têm escrito assim: "O Cântico de Débora". Houve aqui um injustiça quanto aos direitos autorais, pois a música de louvor ao Senhor não é de Débora, apenas, mas foi feita de parceria com Baraque. Leia:
"E cantou Débora e Baraque, filho de Abinoão, naquele mesmo dia, dizendo .... " (Juizes 5:1).
O tradutor também cochilou na concordância verbal. Uma tradução mais correta está na RA: "E CANTARAM Débora e Baraque ... " Ou é porque ele queria mesmo puxar a brasa para o lado de Débora?
No título que antecede Lucas 24:36 na Versão Revista e Corrigida (Bíblia de Estudo), lemos: ''Aparição de Jesus aos Doze".
Perguntamos: Onde foi que o titulista foi tomar emprestado o décimo segundo apóstolo, visto que Judas já tinha se suicidado? É claro que só havia mesmo ONZE e não doze! Matias só foi eleito depois da ascensão de Jesus e Paulo só foi chamado muito depois. Não existe qualquer motivo para o título errado, a não ser mesmo o cochilo.
Agora, algo que é realmente de pasmar. é que o apóstolo Paulo também por força do hábito, ao citar o texto em questão, parece não ter observado bem o número dos apóstolos existentes, Ele citou assim:
"E apareceu a Cefas, e depois, AOS DOZE," (I Coríntios 15:5).
Só podemos pensar que "OS DOZE" era como uma espécie de instituição. Contudo, um evangelista mais cuidadoso, escreveu desta maneira:
"E OS ONZE discípulos partiram para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes tinha designado. E, quando o viram, o adoraram. mas alguns duvidaram." (Mateus 28:16,17).
Marcos corrobora tal afirmação. quando afirma:
"Finalmente apareceu AOS ONZE, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração ..."(Marcos 16: 14).
Será que Paulo não disse ONZE e algum copista dos manuscritos originais cochilou e escreveu DOZE?
Nos evangelhos encontramos muitas vezes Jesus contando histórias da época para ilustrar alguma verdade e encontramos, ao mesmo tempo, títulos afirmando que são PARÁBOLAS, quando são apenas histórias.
Paulo de Aragão Lins
fonte: rocha ferida