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Jesus Tinha Irmãos e Não Primos, dizem Historiadores




É bastante comum a representação de Jesus, Maria e José, a "sagrada família". Só que essa família não ficou só com três membros. Quer ver só? A lista “Tiago, José, Judas e Simão” lhe diz alguma coisa? Uma dica: não são nomes de apóstolos. Na verdade, de acordo com o Evangelho de Marcos, estes são os irmãos de Jesus, citados com pelo menos duas irmãs cujos nomes não aparecem. Os católicos e ortodoxos normalmente interpretam o trecho como uma referência a primos ou parentes mais distantes de Jesus, mas o mais provável é que essa visão seja incorreta. Indícios históricos indicam que Maria e José tiveram outros filhos além de Jesus.



O padre e historiador americano John P. Méier, no primeiro volume de “Um Judeu Marginal”, série de livros sobre o Jesus histórico, explica que, ao longo da tradição cristã, teólogos e comentaristas se dividiram entre duas posições. A primeira é a chamada “virginitas ante partum” (virgindade antes do parto), segundo o qual Maria permaneceu virgem até o nascimento de Jesus, tendo outros filhos depois. A segunda, “virginitas post partum” (virgindade após o parto), postula que Maria não teve outros filhos e sua virgindade teria sido milagrosamente restaurada após o único parto.
Diante das menções claras aos “irmãos e irmãs de Jesus” nos Evangelhos (que inclusive se mostram contrários à pregação dele, chegando mesmo a considerá-lo louco), como a interpretação da “virginitas post partum” prevaleceu?





O americano Thomas Sheehan, estudioso do cristianismo primitivo e professor da Universidade Stanford afirma que “além de considerar essas pessoas como irmãos biológicos de Jesus, sabemos da posição de Epifânio, bispo do século IV para quem os irmãos eram de um casamento anterior de José”. Mas a opinião que prevaleceu foi a de Jerônimo, que era um excelente filólogo (especialista no estudo comparativo de idiomas) e viveu na mesma época. Ele dizia que quando o Antigo Testamento foi traduzido do hebraico para o grego, a palavra “adelphos” foi usada para representar o termo genérico “irmão” (empregado para parentes mais distantes no original). De fato, o hebraico, bem como o aramaico (língua dos judeus do tempo de Jesus), não tem uma palavra para “primo”. Só que há um único caso comprovado de que a palavra hebraica “irmão” signifique “primo”, em 1 Crônicas - e mesmo assim o contexto deixa claro que as pessoas em questão não são irmãs, mas primas.




No entanto, o caso do Novo Testamento é diferente, argumenta Meier: não se trata de “grego de tradução”, mas de textos originalmente escritos em grego, nos quais não havia motivo para usar um termo que poderia gerar confusão. O próprio Paulo, autor de várias cartas do Novo Testamento, chama Tiago, chefe da comunidade cristã de Jerusalém após a morte de Jesus, de “irmão do Senhor”, ao escrever para fiéis de origem não-judaica (ou seja, que não sabiam hebraico ou aramaico). De quebra, a Carta aos Colossenses usa até o termo grego “anepsios”, que quer dizer “primo” de forma precisa.




Reforçando esse argumento, o escritor judeu Flávio Josefo, ao relatar em grego a morte de Tiago, também o chama de “irmão de Jesus”. E o contexto dos Evangelhos reforça a impressão de que se tratam de irmãos de sangue, argumenta Meier. Os irmãos e a mãe de Jesus são sempre citados em conjunto. Quando Maria e os parentes de Jesus tentam se aproximar dele em uma ocasião, ele diz: “Qualquer um que fizer a vontade do meu Pai celestial é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Para Meier, a frase perderia muito de sua força se o significado real dela se referisse a “meu primo, minha prima e minha mãe”.




Para Geza Vermes, professor de estudos judaicos da Universidade de Oxford, as próprias narrativas sobre o nascimento de Jesus dão apoio à tese de que Maria e José tiveram outros filhos. Mateus afirma que José não “conheceu” (eufemismo para relações sexuais) sua mulher até que Jesus nascesse. Ainda de acordo com Vermes, é importante notar o uso do verbo grego “synerchesthai”, ou “coabitar”, para falar da relação entre José e Maria. O verbo, quando empregado pelos autores do NT, implica sempre relações sexuais entre homem e mulher, diz ele.

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