Arqueologia da Cidade de Gerasa - Decápolis
>> sexta-feira, 8 de junho de 2012 –
ARQUEOLOGIA
Sítio histórico a 50 quilômetros da capital jordaniana reúne marcas de diferentes civilizações. Durante o Império Romano, a cidade foi uma das Decápolis, grupo de importantes centros comerciais
Seus habitantes eram árabe-semitas durante o período pré-clássico do primeiro milênio, quando deram o nome da aldeia de Garschu. Mas tarde os romanos helenizaram o antigo nome árabe de Garschu para Gerasa, e no fim do século 19 os habitantes árabes transformaram a Gerasa romana em Jerash árabe.
As ruínas são consideradas bem preservadas e guardam marcas das diferentes civilizações que habitaram o local. Indícios apontam a existência de assentamentos humanos na região desde o Neolítico, mas a cidade em si tornou-se mais conhecida na época de Alexandre, o Grande, no século 04 a.C.
Foi sob o domínio de Roma, porém, que Jerash atingiu seu apogeu. Ela foi conquistada pelo general Pompeu em 63 a.C. Mais tarde Pompeu formaria o primeiro triunvirato ao lado de Julio César e Crasso.
Com a conquista, Jerash passou a fazer parte da província romana da Síria e tornou-se uma das Decápolis, grupo de cidades romanas de importância estratégica e comercial localizadas nos territórios atuais da Jordânia, Síria, Israel e Palestina.
Também fazem parte dessa lista cidades como Damasco e Filadélfia, atual Amã.
Viveu em Jerash um dos mais importantes matemáticos da antiguidade, Nicomachus, escritor de livros como “Teologia dos Números” ou a “Introdução à Aritmética”, que serviu de base à matemática por mais de 1000 anos.
A cidade foi invadida em 614 pelos persas, entrando em rápido declínio. Em 746, um forte sismo acabou com o resto. Depois disto apenas pequenos povoados ocuparam o local.
Redescoberta em 1806 pelo viajante alemão Ulrich Jasper Seetzen, que encontrou parte de suas ruínas, a cidade encontrava-se quase totalmente encoberta por areia, o que ajudou a sua preservação, sendo revelada através de escavações consecutivas iniciadas 1925. Suas ruínas estão localizadas numa planície cercada por morros, cujas terras férteis garantiram seu desenvolvimento. Jerash é um dos mais importantes vestígios da ocupação romana no Oriente Próximo.
Arco de Adriano
A entrada é pelo Arco de Adriano, enorme estrutura construída para comemorar a visita do imperador à cidade em 129 d.C.
Hipódromo
Logo à esquerda de quem passa pelo arco triunfal está o hipódromo, onde hoje são encenados jogos da época, incluindo corridas de carruagens a la Ben Hur.
Praça Oval
Fórum
Cardo Máximo
A parte mais marcante de Jerash, porém, é a grande praça em forma oval, ou o Fórum, que lembra a Praça de São Pedro, no Vaticano, construída muitos séculos depois. Ela é ladeada por duas fileiras de colunas que levam ao Cardo Maximus, principal rua da antiga Gérasa.
Templo de Artemis
Ao longo dessa via ladeada por pilares algumas estruturas se destacam, como o Nymphaeum, principal fonte da cidade, a entrada para o templo de Artemis, localizado no alto de uma colina com suas impressionantes colunas, e dois arcos monumentais sustentados em quatro pilares cada.
Anfiteatro
Destaque também para os dois anfiteatros, sendo que o maior está localizado na parte sul do sítio e é famoso por sua acústica, que pode ser comprovada pelos músicos tocadores de gaita de foles que fazem apresentações regulares. Do alto das arquibancadas há uma bela vista de todo o complexo.
Perto do teatro há ainda o templo de Zeus, que se encontra fechado para restauração, e espalhadas pelo sítio existem ruínas de igrejas bizantinas que ainda guardam parte de seus pisos de mosaico. Existem também restos de construções dos séculos 07 e 08 d.C., época do Califado Omíada, com sede em Damasco.
O Museu Arqueológico de Jerash abriga uma pequena coleção de artefatos encontrados nas escavações. Há desde capitéis e peças esculpidas em pedra a jóias de ouro, moedas, vidraria e cerâmica.
Decápolis Romana
A Praça Oval
A cidade bíblica de Gerasa é conhecida hoje como Jerash. Gerasa era uma das cidades da Decápolis Romana e é uma das melhores cidades preservadas da Decápole. O ponto alto de Gerasa foi no século 2, quando era habitada por uma população calculada entre 20.000-25.000. A maioria das ruínas são do período romano e bizantino. A cidade foi redescoberta em 1806 por Seetzen e a restauração das ruínas começou em 1925.
Arco do Triunfo de Adriano
A cidade expandiu-se no século 2 até ao sul do Arco de Adriano. Adriano foi chamado o "imperador do voo", porque ele passou a maior parte do seu tempo a viajar de cidade em cidade de todo o império. Este arco foi construído por volta do ano 130 dC. O portão central foi aparentemente usado apenas para visitantes importantes. Os nichos de ambos os lados tinham estátuas de heróis romanos ou deuses pagãos.
Templo de Artemis
O Templo de Artemis foi construído no século 2 dC. As colunas tem 12 m de altura e pesam 20 a 40 toneladas cada uma. Artemis era a deusa virgem da natureza e da caça (os romanos chamavam-lhe Diana). A filha de Zeus e irmã gémea de Apolo, Artemis era uma das divindades mais populares da Grécia. Ela era como a "Mãe Natureza", que dá vida e de apoio por um lado, mas cruel e destrutiva por outro. Artemis era também a deusa patrona de um templo em Éfeso, cujo bem-estar foi ameaçado pela presença do Evangelho (Atos 19).
Hipódromo
O hipódromo remonta ao século 2 dC e sentava 10.000 a 15.000 espectadores. Pouco do hipódromo resta porque as pedras foram roubadas pelos circassianos que se estabeleceram em Jerasa no final do século 19. Extensa reconstrução foi realizada pelas autoridades jordanianas na última década.
Teatro Sul
Gerasa tinha três cinemas. O teatro sul foi iniciado em 90 dC e caberiam 3.000 pessoas nas suas 33 linhas. Acima das entradas laterais eram os camarotes reais. Toldos frequentemente cobriam os teatros para proporcionar sombra aos espectadores.
Assentos Inscritos
Os assentos do teatro foram inscritos com letras gregas para indicar a quem o banco pertencia. Essas inscrições foram utilizadas para identificar como assentos do teatro algumas destas pedras foram encontradas em Jerusalém.