Qual é a verdadeira Páscoa?
>> sábado, 7 de abril de 2012 –
ESTUDOS
Vemos através da Palavra de Deus, mais precisamente no livro de Levítico cap. 23, que o Senhor Deus havia ordenado ao povo de Israel que celebrasse sete festas, chamadas festas solenes do Senhor. Estas eram festas que traziam à memória do povo de Israel os grandes feitos do Senhor no meio do seu povo, tudo para que ele não se esquecesse das maravilhas e dos prodígios que Deus havia realizado em favor do seu povo escolhido. Algumas dessas festas estavam relacionadas com a agricultura, isto é, festas de ações de graças pela colheita. Além de também, terem um sentido simbólico-profético da salvação de Deus que estaria por vir.
Essas sete festas do Senhor tinham relação com o serviço de sacrifícios e, enfim, com o santuário da Tenda da Congregação, e por sua vez, com o Templo. Hoje, sabemos que o Templo não existe mais, e essas celebrações perderam em significado. Podemos ver que três das sete festas eram conhecidas ou tidas como festas de peregrinação ou de subida, quando o povo subia até o Santuário em Jerusalém.
Existem os significados aparentes das festas, mas há outros significados mais profundos e eternos. São o que a Bíblia chama de festas do Senhor, e por serem sete festas do Senhor que é eterno, elas apontam para um significado eterno. As primeiras quatro festas caem no período da primavera, são elas: A Páscoa, Pães Asmos, Primícias e Pentecostes. Todas tem um significado eterno e claro nas Escrituras, pois tiveram seu cumprimento profético na Primeira Vinda do Messias de Deus, o qual sabemos quem é, Jesus Cristo. A realização ocorreu em sua morte e ressurreição, em sua vida sem pecado, no derramamento do Espírito Santo e na formação da Igreja. Existem ainda mais outras três festas que são comemoradas no outono. Qual seria o simbolismo dessas outras três festas? Seu significado profético se encontra na volta de Jesus nos tempos finais.
Quando relembramos as quatro primeiras festas, entendemos que tudo se cumpriu com exatidão, e por esse motivo, podemos esperar o mesmo em sua realização profética futura dessas três últimas. Mas há algo de maravilhoso para a primeira festa do outono, que é a das Trombetas (Lev. 23:23-25), pois seu significado profético apontaria para o futuro arrebatamento da Igreja e reagrupamento de Israel (I Cor. 15:51-52; I Tess. 4:16-17), As trombetas eram soadas na Festa das Trombetas (Nm.29:1,7,12) para que o povo de Israel se reunisse em descanso solene. Desse modo representa o reagrupamento de Israel que ocorrerá depois do arrebatamento da Igreja (Dt.30:1-6; Is.11:12; Jr.3:2; Ez.11:14-18; Mq.2:12,13; Mt.20:16). Primeiramente ocorrerá a reunião dos santos (crentes) que creram em Jesus e fazem parte de sua Igreja. Mas aparentemente para os judeus não haveria um significado ou sentido para esta festa, então, após a destruição do Templo, ela foi transformada em Ano Novo Judaico (Rosh Hashanah), apesar do Calendário bíblico começar na primavera. Isso pelo fato do ano sabático e do ano do jubileu serem proclamados com as festas no outono, também o início do ano foi transferido para o outono. Há também aqueles que não acreditam que a festa das Trombetas se harmonize com o Arrebatamento, porém é com esse dia que mais se assemelha.
A festa dos Tabernáculos aponta para para aquele dia que o Senhor Jesus estabelecerá o seu Reino Celestial. O dia da Expiação (Yom Kippur) é o mais significativo no culto judaico, neste dia a maioria do povo jejua e pratica o arrependimento (Lev. 23:29), aponta para o futuro arrependimento de Israel. Até aqui, usamos como introdução estes elementos para que pudéssemos falar de uma única festa que acontece nesta semana em quase todo o mundo, que é a comemoração da Páscoa, festa esta que teve o seu sentido corrompido por homens que preferiram a tradição humana (Mat. 15:3-6) do que a Palavra de Deus e o seu Cristo. Antes de mais nada, gostaria de dizer que a Páscoa não é "ovo de Páscoa", não pode, de maneira nenhuma ser representada por "coelhos da Páscoa", pois tudo isso é algo que não provém do trono de Deus.
A páscoa do mundo
A "páscoa" que muitos tem comemorado hoje, remonta a tempos mais antigos e com costumes paganizados, onde vários povos antigos pintavam ovos cozidos decorando-os com várias formas, os quais em várias regiões hoje foram substituídos por ovos de chocolate. Costume esse que não tem nenhum respaldo bíblico e a menor alusão nas Escrituras. Toda essa comemoração em torno de ovos vem dos tempos em que se adorava a "deusa" Ihstar ou Astarte que é uma "deusa" da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã. Em períodos primaveris, era muito comum ver-se lebres e ovos pintados com runas que eram símbolos da fertilidade e renovação a ela associados. Era em primeira instância a lebre, e não o coelho, o símbolo da "deusa".
As sacerdotisas de Ishtar tinham o costume de vaticinar usando as entranhas das lebres a ela sacrificadas. O nome da "páscoa" mais comumente usado em outros países, inclusive, tem sua origem no nome de uma "deusa" germânica chamada Eostre, "deusa" da primavera (daí vem Easter -páscoa- em inglês), que nada tem a ver com a Páscoa bíblica. Esta Eostre é representada segurando um ovo em sua mão e observando um coelho, símbolo de fertilidade, saltitando ao redor de seus pés. Isso lembra alguma coisa?
Sem falar nos muitos anúncios televisivos que tentam levar nossos filhos ao delírio com os tradicionais "ovos de páscoa", ou em muitos casos, tentam vender um "coelhinho da páscoa". É claro que não temos nada contra o chocolate ou os coelhinhos de pelúcia, nossa preocupação é a inversão da verdade em torno da Páscoa bíblica que nos mostra ser o cumprimento profético da obra do Senhor Jesus. Só não aceitamos tirar a pessoa do Salvador que é o Verdadeiro sentido profético da Páscoa e colocar costumes pagãos em seu lugar. Isso é inadmissível. E sem falar no grande número de pais que mentem para seus filhos dizendo para procurar os ovinhos que o coelhinho deixou para eles. Lá em casa quem trabalha para dar algo para meus filhos sou eu, nunca vi nenhum coelhinho por lá trabalhando horas a fio.
A Páscoa do Senhor
O que seria então a Páscoa do Senhor, se, como já dissemos, esta não é o que a tradição humana ou como a mídia tem ensinado? Pela Palavra de Deus, a primeira das festas, que é a Páscoa (Pessach-em hebraico), cumpriu-se de maneira maravilhosa em Jesus Cristo, nunca, jamais, em "coelhos".
No livro de Levítico 23:5, lemos o seguinte: "No primeiro mês, aos catorze do mês, no crepúsculo da tarde, é a Páscoa do Senhor". E em Deuteronômio 7:8: "...porque o Senhor vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito"
Como já falamos anteriormente, o Calendário bíblico começa com o mês primaveril de Nissan (Abib). No dia catorze do referido mês, ao entardecer, começava a Páscoa dos judeus, quando os cordeiros deveriam ser mortos. Podemos ler as instruções de Deus para Moisés sobre a Páscoa em Êxodo 12, lá Deus dá detalhes de como deveria ser feito os preparativos para a noite em que o anjo destruidor viesse sobre o Egito. Primeiro, cada família deveria separar um cordeiro ou um cabrito, que tivesse um ano e que fosse sem defeito (Êx. 12:3-6). E aqui deixo a minha pergunta. Quem em toda a história humana foi sem defeito? A resposta está na própria Palavra de Deus, Jesus Cristo (Jo. 8:46). Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo. 1:29). Todos os requisitos do Cordeiro Pascal foram cumpridos em Jesus. Ele foi para Jerusalém antes da Páscoa com a intenção clara de sofrer e morrer, mas antes de sua crucificação ficou um tempo retirado para evitar a prisão ordenada pelos principais sacerdotes e fariseus (Jo. 11:54).
No dia dez do primeiro mês (mês bíblico) o cordeiro deveria ser separado (Êx. 12:3), para então ser sacrificado no dia catorze (Êx. 12:6). Jesus entrou publicamente na cidade de Jerusalém e no Templo acompanhado dos gritos de alegria dos discípulos e do povo (Jo. 12:12), e no dia da preparação do cordeiro Ele sofreu e foi morto (Jo. 19:14). Todos os envolvidos se apressaram em que o processo de sua condenação fosse logo, pois esperavam a importante festa daquele dia, a Páscoa, que muitos insistem em comemorar com ovos os quais chamam de "ovos de Páscoa" (nada contra chocolate, são deliciosos- o problema aqui é querer substituir o verdadeiro sentido da Páscoa). Vale lembrar também que o tal "coelhinho" não cumpriu nenhum requisito do cordeiro Pascal e tão pouco se dispôs a morrer por nós.
Quanto tempo Ele ficou pendurado por nós?
Jesus Cristo ficou pendurado cerca de seis horas
O Cordeiro Pascal, Jesus Cristo, ficou pendurado cerca de seis horas, das nove horas da manhã (Marc. 15:25) às três da tarde, hora que entregou seu espírito (Luc. 23:44-46). A tradição judaica diz que às três horas da tarde os cordeiros pascais começavam a ser sacrificados, e eles só podiam ser mortos no Templo porque o sangue devia ser colocado sobre o altar, que era o lugar escolhido por Deus (Deut. 16:5-6). Milhares de animais deveriam ser mortos, e esse era o motivo de se começar às três horas da tarde. A forma perfeita como o cumprimento do simbolismo em Jesus Cristo se cumpre é, por falta de outro adjetivo, espetacular, maravilhoso!
Tudo isso mostra como Deus não quis deixar dúvidas para o seu povo que tudo se cumpria em seu Amado Filho Jesus Cristo. Lembremos dos sinais que aconteceram no dia de sua crucificação e morte, foram sinais visíveis:
Trevas sobre a terra das 12h até às 15h (Mat. 27:45);
A terra tremeu (Mat. 27:51);
As rochas fenderam-se (Mat. 27:51);
O véu do santuário se rasgou em duas partes (detalhe, tinha cerca de 10cm), de alto a baixo (Mat. 27:51), na mesma hora em que se começava a matar os cordeiros pascais no Templo.
O Sangue do Cordeiro
Este foi o elemento mais importante do cordeiro Pascal na terra do Egito, o sangue, que devia ser passado nas ombreiras e na verga das portas das casas. O sangue era o sinal para o Senhor Todo-Poderoso: "Mas o sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu o sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga para vos destruir, quando eu ferir a terra do Egito" (Êx.12:13). Querido leitor, é dessa palavra "pessach" (passarei, passar por cima) em hebraico, que vem o nome Páscoa! Para todo o povo de Israel o sinal do sangue foi a salvação da mortandade, assim como o sangue do Cordeiro de Deus (Jesus Cristo) se tornou sinal de salvação para nós que cremos n'Ele. Sabe o que isso representa? Aqui já houve julgamento, alguém sofreu a morte. O castigo que nos trás a paz estava sobre Ele (Is. 53:5).
Um fato muito importante e que não tem sido levado em conta por muitos cristãos hoje em dia é sua auto-suficiência em confiar em si mesmos e se esquecer de "...nenhum de nós devemos sair da porta da nossa casa até pela manhã" (Êx. 12:22). O povo de Israel só estava seguro e naquela situação só podia gozar de plena segurança se permanecesse por trás das ombreiras e das vergas das portas de suas casas, lugar onde o sangue havia sido aspergido. Assim também nós, somente estamos protegidos e seguros em Jesus Cristo, se n'Ele permanecermos. Ele é o nosso escudo, aleluia! Não foi por acaso que Jesus disse que deveríamos permanecer n'Ele (Jo. 15:4-6).
Assim como a libertação de Israel se deu por meio do derramamento do sacrifício de sangue, para a nossa salvação também foi necessário o sacrifício de Cristo para que pudéssemos ter salvação eterna. Em Hebreus 9:22 lemos o seguinte: "...sem derramamento de sangue, não há remissão”. Tenhamos em nossos corações o entendimento de que para que obtivéssemos o perdão de nossos pecados era necessário o sacrifício de sangue inocente, como no AT foi derramado sangue de muitas vítimas animais que apenas cobriam os pecados, sem eliminá-los. Parece algo terrível, mas somente sangue inocente pode produzir expiação. E Jesus na condição de Cordeiro Pascal, inocente, ofereceu a si mesmo por nossos pecados (Heb. 9:26-27), agora, não para encobri-los, mas para apagá-los para sempre (Heb. 9:12).
O posicionamento para comer do cordeiro
"Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor." (Êx. 12:11). Esse deve ser o nosso posicionamento espiritual, sempre pronto para partir, pois a nossa pátria não é aqui (Heb. 13:14), estamos a caminho de uma pátria superior, sempre prontos para partir, e revestidos da armadura de nosso Deus desta forma: cingidos com a verdade, os pés calçados com a preparação do Evangelho da paz, tendo na mão a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus.
Podemos ver ainda que estar na posição de conhecedores da verdadeira Páscoa (os cristão não comemoram a Páscoa no sentido literal), é estarmos cientes de que a vida cristã terá duros embates pela frente, e que Jesus sofreu por nós. Em Êxodo 12:8, lemos que o cordeiro deveria ser comido com "pães asmos e ervas amargas". Apontam para os sofrimentos que o Senhor Jesus sofreria por nós. Ainda em Êxodo 12, mais precisamente no vers. 46, está escrito que "nenhum osso do cordeiro deveria ser quebrado", observe mais uma vez isso se cumprindo em Cristo na crucificação, onde vemos os dois ladrões tendo suas pernas quebradas, o que não ocorre com o Senhor Jesus: "Mas, "vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas." (João 19:33-35). Através da morte de Jesus a porta do céu se abriu para nós, quando Ele ressurgiu dentre os mortos a promessa da vida foi totalmente garantida. O que então podemos concluir? Existe outro símbolo para a nossa Páscoa, outra pessoa ou obra a ser lembrada? Não, não existe, somente Jesus Cristo é a nossa Páscoa, com está escrito: "Purificai o velho fermento, para que sejais uma nova massa, assim como sois sem fermento. Pois, na verdade, Cristo, que é nossa páscoa, foi imolado." (I Cor. 5:7).
Só Jesus é a nossa Páscoa. Lembre-se disso!
Deus abençoe a todos.
fonte: ouça a palavra do senhor
Pesquisas:
As Festas Judaicas
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