Sementes dos tempos bíblicos germinam após 2 mil anos
>> sexta-feira, 5 de outubro de 2012 –
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Achados por arqueólogos, caroços de tâmara de Israel tiveram sua idade comprovada em análise de carbono-14
Cientistas israelenses plantaram sementes de tâmara (como as da foto acima) com mais de 2 mil anos, encontradas em uma escavação arqueológica em Massada, próximo ao Mar Morto. Uma das sementes germinou, e a tamareira está em franco crescimento.
As sementes foram encontradas em 1963 por arqueólogos que escavavam uma antiga fortaleza de Herodes. As tâmaras da área, muito famosas por seu sabor especial e propriedades benéficas à saúde, eram o principal produto exportado pela região há 2 milênios.
Sucessivas guerras, grandes secas e invasões prejudicaram a cultura local das tâmaras, até as plantações desaparecerem há cerca de 800 anos.
Recentemente, uma equipe de botânicos do Centro de Pesquisa de Medicina Natural Louis L. Borick, da Organização Médica Hadassah, referência em estudos de plantas medicinais, resolveu testar algumas das sementes encontradas. Elas foram entregues à agrônoma Elaine Solowey, do Centro de Agricultura Sustentável do Instituto Arava, cuja equipe realizou o plantio. Uma das sementes germinou como se fosse nova, normalmente, e foi apelidada pelo grupo como Matusalém, em referência ao longevo personagem bíblico.
O caroço de tâmara germinou após 8 semanas. A planta é bem semelhante às atuais tamareiras (um tipo de palmeira, como a da foto), exceto por pequenos pontos brancos que apareceram nas primeiras folhas.
Os cientistas acreditam que o clima seco e quente da região em que as sementes foram encontradas ajudaram na conservação, e prosseguem os estudos para ver se elas são de uma espécie extinta de tamareira – que será reintroduzida em Israel, se for o caso. Cruzá-la com espécies atuais poderia possibilitar a criação de plantas mais resistentes a secas.
As sementes de tamareira de Massada foram submetidas à análise de carbono-14, e foi comprovado que têm entre 1.995 e 2.110 anos. Anteriormente, a mais antiga que cientistas conseguiram fazer germinar (com a idade seguramente comprovada pelo carbono radioativo) foi uma de flor de lótus com cerca de 1,3 mil anos.
A árvore foi replantada em um vaso maior e permanece no Instituto Arava, no kibbutz de Ketura, para ser melhor estudada. Em breve, os cientistas poderão descobrir o famoso sabor das tâmaras israelenses dos tempos bíblicos.
Fonte: Arca Universal