TORAH - A LEI
>> quinta-feira, 7 de agosto de 2014 –
ESTUDOS
Entre os judeus é chamado de Torá, uma palavra da língua
hebraica com significado associado ao ensinamento, instrução, ou especialmente
Lei, uma referência à primeira secção do Tanakh, os primeiros cinco livros da
Bíblia Hebraica, atribuído a Moisés.
Os judeus também usam a palavra Torá num sentido mais amplo,
para referir o ensinamento judeu através da história como um todo. Neste
sentido, o termo abrange todo o Tanakh, o Mishnah, o Talmud e a literatura
midrash. Em seu sentido mais amplo, os judeus usam a palavra Torá para
referir-se a todo e qualquer tipo de ensino ou filosofia.
No entanto, na torah, na verdade, se encontra narrações de
histórias vividas pelos judeus. Quando Moisés perguntou a Deus pelo seu Nome,
Ele respondeu: "Eu Sou Aquele que Age", isto é, pela tua história,
pelo que Eu Serei contigo e com o teu povo, descobrirás quem Eu Sou.
À primeira vista, esta obra nos parece homogênea, isto é,
uma só. Entretanto, ela foi escrita por vários autores, é composta de diversas
camadas escritas em épocas diferentes.
A Teologia tradicional atribui a autoria a Moisés,
entretanto existem outras teorias.
A estudiosos da Bíblia sustenta que a torah tem origem na
Tradição oral e foi escrito durante seis séculos, reformulando, adaptando e
atualizando tradições antigas e criando novas.
Julius Wellhausen (1844-1918) sustenta que é uma obra
redacional, composta de quatro diferentes tradições (documentos): a Javista com
textos compostos na época da Monarquia (950 AC), a Eloísta com textos
posteriores ao ano 750 AC, a Deuteronomista com textos escritos aproximadamente
no ano 600 AC e a Sacerdotal com textos escritos no exílio babilônico (por
volta do ano 500 AC)4 5 .
Apesar da História de Israel ter começado bem antes, vamos
tomar como ponto de partida o Século X, porque foi a partir dele que se
escreveram as primeiras unidades literárias e também porque foi nele que israel
começou a ler suas histórias.
Há uma hipótese documentária que diz que a Torah é uma obra
composta em cinco partes, baseada em quatro documentos erigidos em épocas
diferentes. Esta hipótese é a mais aceita pelos Teólogos e pelos estudiosos da
Bíblia. Ela fala que a Torah foi escrita por quatro grupos com Tradições
diferentes:
a) tradição Javista (J);
b) tradição Eloísta (E);
c) tradição Sacerdotal (P);
d) tradição Deuteronomista (D).
O documento Javista foi escrito no final do Século X e narra
toda a história do Rei Salomão e da Corte de Jerusalém.
O documento Eloísta já foi escrito no final do Século IX ou
meados do Século VIII, narra os acontecimentos dos meios proféticos do Reino do
Norte, onde encontramos Elias, Eliseu, Oséias...
O documento Sacerdotal narra todos os acontecimentos e as
preocupações dos meios sacerdotais saídos de Jerusalém. Foi composto também
durante o Exílio da Babilônia, mas por volta do Século VI.
Enfim, o documento Deuteronomista retrata a história de
Moisés e a ligação do povo à Lei de Deus. Este documento foi composto no Reino
do Norte e doi somente no reinado do Rei Ezequias que sua redação terminou. A
edição final se deu no Exílio da Babilônia, entre os anos 587 e 538 aC,
portanto, no Século V.
Para que estes cinco livros, de quatro tradições, pudessem
se tornar uma única obra literária, foi preciso fazer algumas fusões.
A fusão J-E aconteceu por volta do ano 700aC, no reinado do
Rei Ezequias. Estes dois documentos são narrações de histórias paralelas, de
modo que é possível fazer uma sinopse entre ambos.
O documento D tem muito em comum com a tradição E.
Já no Século IV, houve a fusão J-E com P.
Nasce então a Torah na forma de conco livros. Provavelmente,
o responsável por este magnífico trabalho foi Esdras, porque era considerado
"secretário da Lei do Deus do Céu" (Esd 7,12). O Rei Persa,
Artaxerxes II, em 398aC, incumbiu Esdras de faze um Estatuto para os judeus,
tando aos que tinham voltado do Exílio como aqueles que tinham permanecido no
País.