a escrita mística da cruz
>> terça-feira, 12 de março de 2013 –
ESTUDOS
Numa sexta-feira, véspera do Sabath judeu, a quase 2000 anos atrás, os que chegavam em Jerusalém podiam ver três condenados nus, machucados, dependurados por pregos para morrer num madeiro.
Seria mentira dizer que quem passavam por ali se compadeciam com aquela cena tão terrível: era normal esse tipo de pena capital naquela época. Naquela tarde, uma cruz se destacava, pela discrepante presença de seus contempladores: embora alguns chorassem discretamente a dor da perda eminente de seu Mestre, outros, os homens santos da cidade, permaneciam ali, parecendo apreciar cada segundo de dor dos que morriam desgraçadamente.
Até um dos condenados que morriam a seu lado proferiam xingamentos contra aquele que morria em silêncio (é justo relatar que o outro condenado, após aquelas seis horas de morte pelos pulsos com grandes cravos enferrujados, reconheceu no misterioso condenado a figura de um Rei que está seguindo para seu império).
Se você quisesse saber o crime de cada condenado, bastava se aproximar das cruzes, e ler uma pequena placa pregada acima de suas cabeças, nos três idiomas mais usados da região, descrevendo os crimes cometidos para que eles fossem condenados a tão cruel fim.
Nesse ponto, o próprio Pôncio Pilatos, romano, escreve em hebraico, grego e latim a razão de sua pena: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”, o que em latim ficaria “Iesu(a) Nazarenus Rex Iudaeorum” e na pronúncia hebraica algo como “Yehudim vMelech HaNazarei Yeshua”, o que aborreceu e muito os fariseus presentes, que pediram encarecidamente que a placa fosse modificada, o que Pilatos se negou a fazer.
O problema eram os acrósticos. Assim como INRI, um acróstico das palavras escritas em latim, o hebraico também detém seus misteriosos acrósticos, só que nesse caso, impronunciável para um judeu:
As iniciais usadas eram exatamente as mesmas usadas para pronunciar o nome sagrado de Deus, coisa que um judeu jamais proferia: YHWH, sem vogais, já que elas foram suprimidas propositalmente, para não correrem risco deste nome ser dito.
As letras "INRI" são as iniciais do título latino que Pôncio Pilatos tinha escrito sobre a cruz por cima da cabeça de Jesus Cristo (João 19:19). O latim era a língua oficial do Império Romano.
As palavras foram "Iesvs Nazarenvs Rex Ivdaeorvm". O inglês usa "I" em vez do "J" latino e "V" em vez de "U" (isto é, Jesus Nazarenus Rex Judaeorum). A tradução Inglês é "Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus".
A Igreja Primitiva adaptou as primeiras letras de cada palavra deste inscrição "INRI" como um símbolo. Ao longo dos séculos INRI já apareceu em muitas pinturas da crucificação.
Assim, as palavras reais Latina foram: Iesvs Nazarenvs Rex Ivdaeorvm.
Em grego, as quatro palavras foram: Iesous Nazoraios Basileus Ioudaios
hebraico: ישוע הנצרי מלך היהודים
Peshitta (aramaica), que diz "Yeshua/Isho' Natsraya Málka d'Ihudaya", o q em língua hebraica torna-se "Yeshua haNotsri, haMêlekh haYeshudim".
O ponto a ser feita aqui é que, mesmo que os manuscritos originais foram certamente inerrante, tendo sido dirigido pelo próprio Deus, nossas Bíblias modernas podem ter pequenas falhas. Isso é mencionado aqui porque o sinal mais evidente Jesus na Cruz tinha algumas única formulação específica. No entanto, os quatro Evangelhos variar um pouco sobre exatamente o que é dito.
Mateus 27:37
Este é Jesus, o Rei dos Judeus
[Hebraico] (ישוע הנצרי מלך היהודים)
[Grego] houtos esti Iesous basileus Ioudaios
Marcos 15:26
O Rei dos Judeus
[Grego] basileus Ioudaios
João 19:19
Jesus de Nazaré Rei dos Judeus
[Latim] Iesvs Nazarenvs Rex Ivdaeorvm
[Grego] Iesous Nazoraios basileus Ioudaios
Lucas 23:38
Este é o Rei dos judeus
[Grego] houtos esti basileus Ioudaios
também, por vezes dado como:
[Grego] outos estin o basileus twn ioudaiwn
outros estudiosos afirmam no hebraico estaria assim: reconstituição da afirmação YeShUa’ HaNNaTZRi MeLeK HaJHUDIM — “Jesus de (da terra de) Nazaré, rei dos Judeus”.
Os fariseus, que tanto fizeram para ver o homem chamado Jesus, morto por ter confessado ser Deus, acabaram por pendura-lo para morrer às portas da cidade, no dia mais movimentado do ano, mas na placa onde deveria estar seu crime, havia o acróstico do nome sagrado de Deus.
Seu pecado era ser filho de DEUS: " Eis o cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo."
Interessante é que, enquanto homens pensavam estar vencendo Deus, Ele estava-os vencendo, apesar de todos os esforços.
"E Pilatos escreveu também um título, e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS. E muito dos judeus leram esse título; porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, grego e latim. Diziam, pois, os principais sacerdotes dos judeus a Pilatos: Não escrevas, O Rei dos judeus, mas que ele disse: Sou o Rei dos judeus. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi" (Jo 19:19-22).