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A SALVAÇÃO NO JUDAÍSMO



Um grande exemplo que faz com que erre, em afirmar que a lei foi abolida, quando nunca foi, e ser cumprida não quer dizer ninguém mais precise fazer.

A Lei de Deus não necessita de reforma, ou de atualização, ela é perfeita, ela é útil para nos mostrar qual é à vontade de Deus. E nenhum dos Dez Mandamentos foi mudado, ou cancelado. Caso contrário a Lei não seria perfeita.

A Lei de Hashem é a expressão do caráter de dEle.
Hashem é Santo a sua Lei é Santa
Hashem é Justo a sua Lei é Justa
Hashem é Bom a sua Lei é Boa
Hashem é Eterno a sua Lei é Eterna

Mateus 19:17 “Se queres entrar na vida guarda os mandamentos.” isso é mandamento e lei.

A lei não é para aperfeiçoar você, já é! você tem a centelha do Eterno dentro de você. você não faz ou a pratica para ganhar algo depois (a salvação ou paraíso),
você faz e pratica porque é seu caráter de fazer. mostrar a grandeza do Eterno em amor a ele e ao próximo, esta é a verdadeira lei e motivo dela.

Ela não é para um fim (aperfeiçoamento), tipo: faço aqui para ganhar depois, não. Não é motivo de recompensa, mas de caráter. Eu faço porque já recebi. porque eu sou centelha do Eterno e mostro que sou assim.

O Eterno não trabalha com Méritos e Deméritos. (fazei isso e que te dou aquilo)

Então disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. E disse Natã a Davi: Também o Senhor PERDOOU o teu PECADO; não morrerás. 2 Samuel 12:13

Falai benignamente a Jerusalém, e bradai-lhe que já a sua milícia é acabada, que a sua iniquidade está EXPIADA e que já recebeu em dobro da mão do Senhor, por todos os seus PECADOS. Isaías 40:2

Eu, eu mesmo, sou o que APAGO as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus PECADOS não me lembro. Isaías 43:25

Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, PERDOAREI OS SEUS PECADOS e curarei a sua terra. 2 Crônicas 7:14

Eu, eu sou o YHWH, e fora de mim não há Salvador (Isaías 43:11).

Não somos salvos pelas boas obras e nem pela Lei, mas para as boas obras a fazer. As boas obras de justiça não são a causa da justificação no Eterno, mas sua consequência. Não fazemos boas obras e nem praticamos a lei com o propósito de sermos justificados; praticamos porque já fomos justificados, mediante a fé no Eterno.

É importante destacar que se as boas obras não encontram lugar como causa meritória ou instrumental da salvação, elas precisam ser vistas como a evidência da justificação no Crente no Único criador e eterno Ha´Shem. A fé e as boas obras não estão em conflito. A fé sem as obras é morta; as obras sem a fé não são boas. A fé produz obras e as obras provam a fé. Tudo provém de Eterno, pois é ele quem opera em nós, tanto o querer como o realizar.

Baruch HaShem

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UMA LENDA - Apocalipse 12



E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.
E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz.
E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete Diadema.
E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho.
E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono. Apocalipse 12:1-5

Muitos utilizam este texto para afirmar a queda de Lúcifer ( de um ser que não existe), tratando de dizer sobre o dragão que levou a terça parte do céu. Que pena que faltou estudo para perceber que isto é apenas uma lenda e uma adaptação.

E ainda tem o fator de dizer que esta mulher é a tribo de juda (ou Maria) e está falando de Jesus. Então vai ter que engolir pontos cruciais do texto.
Vamos a eles: veja bem apocalipse foi escrito posterior a Jesus, por volta do ano 95 dc. E o texto afirma (E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro...)
(...há de reger ...) Ainda vai governar? O escritor afirma que ele não governa.
(...e o seu filho foi arrebatado para Deus) Ele foi arrebatado? Num é estranho?

Como disse no titulo, é uma lenda adaptada para o objetivo do escritor. Ele usou de 2 lendas, uma babilônica e outra egípcia. Vamos a elas.

Origem babilônica

Alguns estudiosos traçaram o capitulo inteiro de um velho “mito babilônico” que tratava da guerra entre Tiamat, o dragão de 7 cabeças, e os deuses. Que não foi decidido ate Marduk, o deus da luz surgir.
Nesta contenda Tiamat derruba um terço das estrelas. A grande Águia é a constelação chamada de Águia, que Gunkel supõe ter sido o servo de Marduk. Tiamat sabendo do destino da criança procura mata-lo no momento em que nascesse, mas é resgatado para um lugar de segurança. Então Tiamat se volta contra a mãe, mas com a ajuda da águia e da terra, ele é salva. Logo após a sua fúria é dirigida para contra o resto dos seus filhos. Na ultima Marduk cresce e retorna e vence Tiamat.

Origem egípcia

Outros estudiosos recorrem à mitologia egípcia para a fonte do texto, e encontram no mito de Hathor, Osiris, Horus e Set as semelhanças. A mulher que é a mãe da criança é a deusa Hathor (ou seja, Isis), que é representada com um sol sobre a sua cabeça. A criança é Horus, filho de Osiris; o dragão é Typhon (Set), os símbolos favoritos para desiguina-los são: dragão, serpente ou crocodilo.

Este mito primitivo é na realidade “a velha historia do conflito entre a luz e as trevas, ordem e desordem”, transferindo assim para outras religiões e culturas, adaptadas pela espiritualização (criatividade) dos fiés.

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"O DIABO VEIO PARA ROUBAR, MATAR E DESTRUIR." SERÁ?



Isso não está na bíblia!
Você leu esse texto normalmente e não notou nenhum equívoco nele, certo?

É que a frase se tornou tão clássica que a gente pensa que está mesmo na Bíblia. Só que a Bíblia na verdade diz assim:

"O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância". (João 10:10).

Analise o contexto de João 10 e você perceberá que ali Jesus fala da diferença entre o bom e o mau pastor. Analisando isso ficará claro que o texto diz que foi o mercenário que veio para roubar, matar e destruir.

Não que o diabo também não tenha esse objetivo, mas ao ouvirmos um pseudo pastor, por exemplo, pregando isso na mídia, percebemos que ele coloca sobre o diabo uma descrição que jesus fez ao pastor mercenário.

"Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas". (João 10:11-12).

"Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos!" (Ezequiel 34:2).

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Maldito o HOMEM que confia no HOMEM, será?




SERÁ QUE ESTA PASSAGEM DIZ QUE NÃO DEVEMOS CONFIAR NO NOSSO PRÓXIMO?

Assim diz o Senhor: Maldito o HOMEM (Geber) que confia no HOMEM (Adan), e faz da carne o SEU braço, e aparta o SEU coração do Senhor!
Porque será como a tamargueira no deserto, e não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.

HÁ UM ERRO DE INTERPRETAÇÃO NESTE VERSÍCULO, POIS TODOS DIZEM QUE SE FALA DE UMA PESSOA PARA OUTRA, PARA NÃO CONFIAR EM NINGUÉM. SERÁ?

Jr 17:5-8, o contexto concentra-se no indivíduo e não no outro ser. concentra-se no indivíduo em confiar em si mesmo, aqui não fala de um indivíduo confiar no outro indivíduo, mas confiar em si mesmo, dentro de seu orgulho e que gera consequências para si.

Geber = homem imaturo
Adan = homem formado, adulto, pó, terra, barro.

A construção está de Geber para Adan, ou seja, de um homem imaturo confiar em si mesmo homem formado, terra.

O Geber ele acredita que ele tem maturidade suficiente para realizar os seus feitos. quando ele não tem o potencial para tal ação. logo, ele é um homem que só tem EGO, SÓ ELE PODE, SÓ ELE FAZ e ninguém consegue conviver com um homem desse.
então há uma consequência que esta dita no V-6. viverá só, mesmo no meio de pessoas.

A intenção do versículo 6, representa a pessoa num ambiente inóspito o qual está vagando sozinho desamparado no deserto e que enfrenta a perspectiva de uma morte certa.

Logo, os que não tem seu orgulho em si, é maduro o suficiente em saber que pode errar, ele conserta e continua a jornada.

A HUMILDADE É TUDO
a humildade tbm tem suas consequência e esta registrada nos versículos posteriores e mostra que a fala da pessoa em si.

Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja confiança é o Senhor.
Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.

Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?
Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações. Jeremias 17:5-10

Ainda vale a pena servir ao Eterno e não sair de seus caminho.
Felizes aqueles cuja vida é pura, e seguem a lei do Senhor. Salmos 119:1

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Hermenêutica de Isaías 7:14-16 (Emanuel)




Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.
Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem.
Na verdade, antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra, de que te enfadas, será desamparada dos seus dois reis. Isaías 7:14-16
לאונמע ומש תארקו ןב תדלויו הרה המלעה הנה
(hinneh, ha almah harah, vê-yolêdet ben vê-kara’t shemô Immanuel).

Isaías entrega a mensagem de Deus a Acaz e lhe diz para pedir um sinal para confirmar que a profecia é verdadeira (7:11). Acaz se recusa, dizendo que ele não testará Deus (7:12). Isaías responde que Acaz receberá um sinal mesmo que ele não peça um, e o sinal será o nascimento de uma criança, e a mãe da criança lhe dará o nome de Emanuel (7:13-14); quando a criança "souber rejeitar o erro e escolher o que é certo" (isso é, tiver idade suficiente para distinguir o bem do mal), ele estará comendo coalhada e mel e Efraim e a Síria serão destruídos. (7:15-16)

Um ponto de vista leva a "criança" á nascer como Ezequias, o bom e justo rei. Mas ele provavelmente teria nascido anos antes deste oráculo. Outra visão é levar a criança como o filho de Isaías mencionado no capítulo 8. Isto tem um certo apelo, pois a redação de Isaías 8:1-4 é semelhante a de Isaías 7:14, essa criança é chamada de sinal em 08:18 , Emanuel é repetida duas vezes no capítulo 8, e a vista nos daria o encerramento, uma identidade na passagem do Velho Testamento.


Nesta visão seria necessária a "jovem" ou "virgem" ser madura para o casamento para ser a esposa do profeta, que já tinha um filho, que no caso fica entre 13 a 16 anos. Algumas pessoas que têm essa visão argumentam então que Isaías poderia ter se casado de novo.
Outra visão é que alguma jovem princesa (a virgem na época do oráculo) que é desconhecida para nós, mas conhecida no tribunal de repente se casou e teve um filho como um sinal de que a dinastia iria continuar. Isso se encaixa muito bem com o oráculo, mas o ponto fraco é que não há encerramento. Mas, claro, não há fechamento de qualquer maneira, até porque o profeta nunca diz quem é.

A palavra “sinal” (hebr. ’ôt) “requer um cumprimento razoavelmente próximo; uma predição pode ser feita para o longo prazo, mas um sinal é por definição um sinalizador na situação contemporânea que aponta para um evento mais distante”. “Nenhuma exegese natural pode aplicar o v. 16 a um futuro muito distante” “Parece provável, embora não certo, que a construção hebraica sugira que Isaías estava se referindo primeiramente a uma jovem já grávida; praticamente a mesma construção ocorre em Gn 16.11”.

A objeção significativa em relação a respeito desta passagem em particular, se encontra no termo “virgem”, como as nossas traduções tradicionalmente vertem. No original hebraico de Isaías 7:14, a palavra almah significa uma moça já em idade de ter filhos mas que ainda não havia tido nenhum e que poderia ou não ser virgem. A tradução grega, porém, traduziu almah por parthenos, que significa "virgem".
המלעf., cs. תומלע: mulher jovem (Dicionário Hebraico-Português/Aramaico Português – Sinodal/Vozes, pg. 181)

Como pode-se perceber, o termo almah refere-se não tecnicamente à uma “virgem”, mas sim, à uma “jovem mulher” em idade de se casar, pois o hebraico tem uma palavra especifica para descrever uma virgem: esta palavra é הלותב (betulah)!
Por que Isaías usa o termo “jovem” e não “virgem” ?
Pelo simples fato de que a mulher que já concebeu, não pode obviamente ser mais chamada de “virgem”! Fosse essa a intenção do profeta, ele não teria usado “almah”, mas sim, “betulah”. Isaías conseguia raciocinar melhor que todo o cristianismo, pois não via lógica numa “virgem” concebendo e sendo mesmo após a concepção ainda tratada como “virgem”!

A expressão hebraica: הִנֵּ֣ה הָעַלְמָ֗ה הָרָה֙ וְיֹלֶ֣דֶת בֵּ֔ן וְקָרָ֥את, é traduzida literalmente: “Eis a Jovem [estará] grávida, e dará a luz um filho, e chamará." Elas estão na locuções estão no tempo presente e furuto proximo e não a longo prazo. A partícula introdutória “ hinnēh”, que segundo Franz Delitzsch, sempre quando usada pelo profeta Isaías, é para introduzir acontecimentos futuros próximos. קראת não é segunda pessoa, mas terceira, e é sinônimo de קראה (de acordo com Ges §74 Anm 1...).

O versículo é tão exclusivo para aquele tempo, que não há qualquer pista que se deveria esperar um outro Emanuel que nasceria de uma virgem. Em que parte desses textos de Isaías seria possível observar uma “dica” para se identificar o Messias? Nada nos versículos demonstra o profeta apontando para a identidade de qualquer redentor universal. Observa-se uma linguagem bem geográfica e limitada, algo que se referia apenas àquele povo e tempo.


Aqueles que argumentam que os verbos estão no futuro como “dará um sinal”, “ficará... grávida” e “dará à luz”, podemos dizer que existe o futuro imediato. Podemos falar usando os verbos no futuro para algo que vai ocorrer amanhã, uma semana depois, um mês depois. Será que toda vez que usamos os verbos no futuro queremos dizer que é algo que ocorrerá séculos depois? Será que toda vez que usamos os verbos no futuro estamos fazendo uma profecia? Isaías usa os verbos no futuro porque em pouco tempo a jovem judia iria ter uma criança que desenpenharia uma papel no seu ministério. Isso é algo tão claro em suas palavras e intencionalidades que os versículos seguintes dizem:
Ele comerá manteiga e mel pelo tempo em que souber rejeitar o mau e escolher o bom. Pois antes que o rapaz saiba rejeitar o mau e escolher o bom, o solo dos dois reis de que tens um pavor mórbido ficará completamente abandonado. Yahweh fará vir contra ti, e contra teu povo, e contra a casa de teu pai, dias tais como nunca vieram desde o dia em que Efraim se afastou de junto de Judá, a saber, o rei da Assíria. (Isaías 7:16, 17)


Se a criança da profecia era Jesus, como essas palavras se aplicariam à um Ser perfeito, filho de Deus: “{...} antes que o rapaz saiba rejeitar o mau e escolher o bom”? A palavra נער (hebr.: na'ar) usada na profecia de Isaías ocorre cerca de 239 vezes no Antigo Testamento. Ela significa “garoto”, “jovem” e “servo” (TWOT). Segundo o Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon a palavra hebraica pode se referir desde uma criança por nascer até um jovem com 17 anos de idade. O único relato que temos de Jesus jovem é com 12 anos, onde ele já dava aula sobre a lei de Deus no templo. (Cf. Lucas 3:46) Dessa forma, as expressões que são usadas para se referir ao menino da profecia não se enquadram no jovem Jesus, pois o mesmo era um Ser perfeito, celestial e filho de Deus, segundo o mito bíblico, claro.


Logos depois de descrever o nascimento e as características do menino, o profeta diz que “{...} o solo dos dois reis de que tens um pavor mórbido ficará completamente abandonado. Yahweh fará vir contra ti, e contra teu povo, e contra a casa de teu pai, dias tais como nunca vieram desde o dia em que Efraim se afastou de junto de Judá, a saber, o rei da Assíria.” Isso é o contexto da profecia de Isaías 7:14. Não fica claro, então, que nada tem a ver com o Jesus de séculos depois? O próprio contexto social descrito aqui na profecia e totalmente diferente do contexto em que Jesus nasceu.
Além do mais, se Isaías 7:14 está se referindo à uma virgem que dará luz, e uma vez que os cristão, em geral, concordam que essa profecia teve um cumprimento naquele tempo em Israel, isso faria da esposa de Isaías uma virgem, o que não seria conveniente para o Cristianismo. Além disso, Jesus não teria sido o único nascido de uma virgem, assim como sem pecado. Historicamente, o texto diz que uma jovem judia daria luz à uma criança que seria um sinal profético para o Israel daquele tempo.

É visivelmente claro que o escritor do Evangelho de Mateus, na tentativa de criar um mito sobre uma pessoa histórica, i.e Jesus, quis encaixar o nascimento virginal, característica sempre presente em mitos de heróis, nas profecias do Antigo Testamento. Como o mito cristão deveria estar em harmonia com os textos do A.T, o escritor tentou harmoniar Isaías 7:14 com a ideia mitológica do nascimento virginal.

Concluímos assim, que Isaías não tinha em mente nenhuma profecia que se cumpriria no Messias por meio de um nascimento milagroso.

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Deus pode arrepender-se?



Então o Senhor arrependeu-se de TER FEITO o homem sobre a terra; e isso cortou-lhe o coração.
Disse o Senhor: "Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, os homens e também os animais grandes, os animais pequenos e as aves do céu. Arrependo-me de havê-los FEITO". Gênesis 6:6-7

Números 23:19 – D’us não é um homem para que minta, nem é um mortal para que se arrependa. Ele iria DIZER e não fazer, FALAR e não cumprir?

1Samuel 15:29 - E, também, o Eterno de Israel não mente nem se arrepende, pois Ele não é homem para que se arrependa.


Como podem estas afirmações ser conciliadas?


Em qualquer estudo de textos difíceis da Bíblia, precisamos primeiro olhar para o contexto. Números 23:19 é uma afirmação da fidelidade de Deus em cumprir suas promessas. Foi impossível para Balaão amaldiçoar os israelitas porque Deus os tinha abençoado e lhes prometido prosperidade. Cada vez que ele tentou amaldiçoá-los, Deus transformou suas palavras em mais bênçãos. Deus nunca mente e nunca quebra uma promessa.

Os contextos de Gênesis 6 e Êxodo 32 são diferentes. Em ambos casos, Deus é fiel. Sua "mudança de sentimento" é por causa das mudanças feitas pelos homens. Em Gênesis 6, ele se preparou para destruir aqueles que o abandonaram. Em Êxodo 32, ele estava pronto para destruir o povo mas arrependeu-se por causa do apelo penitente de Moisés. Estes casos ilustram o que Paulo disse: "... se o negamos, ele, por sua vez, nos negará".

Uma das explicações mais claras deste assunto na Bíblia é encontrado em Jeremias 18:1-10. Os planos de Deus para abençoar ou destruir são condicionais.  Se uma nação que está sendo abençoada se volta para o pecado, Deus irá condená-la a ser destruída. Se o povo desobediente se converte ao Senhor, ele o poupará da destruição. Isto não é vacilação por parte de Deus. Ele está simplesmente sendo fiel ao seu justo caráter.

Deus não quer que ninguém morra em pecado. Ele quer que todos se arrependam para receber a bênção da vida eterna (2 Pedro 3:9).

A palavra hebraica para arrependimento é noham. É usada para indicar tanto o arrependimento humano quanto o arrependimento de Deus no Antigo Testamento.

Vayinachem que vem do verbo Nacham ( נָחַם) que tem haver com uma dor, ou seja, lhe causo dor, uma tristeza ao Eterno em ver a maldade do homem.

“Os vocábulos “arrepender-se” e “arrependimento” são raramente usados no Antigo Testamento com referência aos homens. Como traduções da raiz hebraica nãham (םחניו), essas palavras são mais freqüentemente aplicadas a Deus”.

No hebraico, quando a palavra arrependimento está relacionada ao homem é shübh (בשיו) e a Deus é nãham (םחניו).

Shübh = Está sempre aplicada ao pecado, ao erro, ao remorso. Ou seja, o homem reconhece o seu erro e se arrepende do que fez.

Nãham = Está ligada a relação de Deus para com o homem. Por exemplo: Deus diz que vai destruir o homem se ele não se arrepender. Porém, o homem se arrepende. Então a Bíblia diz que Deus se arrependeu do que disse. Ou seja, Deus não destruiu o homem porque este se arrependeu. O arrependimento aqui não está dizendo no sentido como se Deus reconhecesse o seu erro e se arrepende. E sim, que Deus não mais destruiria o homem. Ou seja, a sua atitude de destruir o homem foi anulada pelo arrependimento deste.

Quando os textos acima dizem que Deus não se arrepende está dizendo que a sua atitude para com o pecado não mudará sem o arrependimento do ser humano. E quando Ele “se arrepende” está dizendo que a sua atitude é de não mais fazer o que faria sem o arrependimento do homem.



Não existe contradição alguma entre os textos que dizem que Deus se arrepende e os que afirmam de outra maneira. Pelo contrário, o arrependimento de Deus nunca deve ser entendido como o arrependimento humano. E por que não? Simplesmente porque o arrependimento do homem é causado pelo reconhecimento de uma atitude precipitada, como resultado da ignorância do que havia de acontecer. Nós nos arrependemos porque erramos. No caso de Deus é extremamente diferente. Ele jamais comete erros. Em Deus "não pode existir variação, ou sombra de mudança" (Tg 1.17).

Quando a Bíblia fala de Deus se arrependendo e mudando sua intenção para com o homem, "evidentemente é só a maneira humana de falar. Na realidade a mudança não é em Deus mas no homem e nas relações do homem com Ele" (L. Berkhof).

Gosto dessa passagem. explica bem isso:
"Fiel é esta palavra: se já morremos com ele, também viveremos com ele; se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo" (2 Timóteo 2:11-13).

A fidelidade de Deus dá segurança ao obediente.

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