Dlshad Zamua Marf viajou até ao Iraque sem qualquer
expectativa, quando ainda era um jovem estudante de doutoramento na
Universidade de Leiden, na Holanda. Estávamos em 2005. Era uma viagem
exploratória a uma zona montanhosa no Curdistão, no norte do país.
Sem fazer uma única escavação encontrou um património
valioso. Os restos de um templo construído na Idade do Ferro, numa altura em
que vários grupos disputavam aquele território, que corresponde agora ao norte
do Iraque.
Numa antiga aldeia encontrou as bases das colunas do templo.
Mais a sul, onde as fronteiras com o Irão e a Turquia se cruzam, avistou uma
estatueta de uma cabra selvagem em bronze.
Mas a descoberta que este arqueólogo destaca é outra. «Um
dos melhores resultados da minha pesquisa de campo foi a descoberta da base de
uma coluna do templo dedicado ao deus Haldi». Zamua Marf, em entrevista ao site
LiveScience explicou que «Haldi era o deus supremo do reino de Urartu. O seu
templo era tão importante que o rei Rusa I admitiu ter-lhe tirado a coroa antes
de o matar».
Do conjunto de peças descobertas fazem, ainda, parte
estátuas humanas de calcário e basalto, com mais de dois metros de altura,
comuns na época dominada pelos nómadas. Apesar dos resultados obtidos, o local
do templo continua envolto em mistério. A descoberta deste arqueólogo é a ponta
de um iceberg, garante Dlshad Zamua Marf.
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