sábado, 9 de fevereiro de 2013

O reino de kush descoberto no sudão




Pirâmides antigas descobertas na Necrópole do Sudão


Pelo menos 35 pequenas pirâmides, juntamente com sepulturas, foram descobertas agrupadas em conjunto num local chamado Sedeinga ,no Sudão.

Descobertas entre 2009 e 2012, os pesquisadores estão surpresos com a forma como as pirâmides estão densamente concentradas. Numa temporada de campo, em 2011, a equipa de pesquisa descobriu 13 pirâmides em cerca de 500 metros quadrados.

Elas datam cerca de 2.000 anos, sendo da altura em que um reino chamado Kush floresceu no Sudão. O reino Kush partilhou uma fronteira com o Egito e, mais tarde, o Império Romano. O desejo das pessoas do reino em construir pirâmides aparentemente foi influenciado pela arquitetura funerária egípcia.



Pirâmides de Kush

No Sedeinga, dizem os pesquisadores, a construção de pirâmides continuou durante séculos. "A densidade das pirâmides é enorme", disse o pesquisador Vincent Francigny, associado de pesquisa no Museu Americano de História Natural, em Nova York. "Tendo durado centenas de anos, eles construíram mais e mais pirâmides, sendo que depois de séculos, começaram a preencher todos os espaços que ainda estavam disponíveis na necrópole".



o Reino de Kush, que ficou localizado na Núbia e tem mais ou menos 2000 anos. Sua capital denominava-se  Napata, após um período de relações amistosas com o Egito, a capital passou a ser Meroé cujo recursos naturais prosperou a sociedade.

Era em geral, uma das primeiras sociedades negras da nossa história e que, em relações sociais, possui um dinamismo tão influente quanto o Egito, a Grécia e a Roma. Homens e mulheres poderiam galgar o poder sem distinção de sexo. 



Representação de um Candace 
A rainha-mãe denominava-se Candace e até hoje este título é homenageado pelos grupos afro-brasileiros. O ouro era a principal riqueza, a relatos de pirâmides levantados com este metal. O Reino de Kush sobreviveu mais tempo do que o Egito, apenas em 325 Kush foi conquistado pelo Reino de Axum. 






Existia uma relação política e cultural muito forte entre Kush e o Egito, este também construíam pirâmides e praticavam a mumificação. O Egito já dominou Kush assim como Kush dominou o Egito, foi denominado a época da dinastia dos faraós negros.

A Núbia localiza-se atualmente entre o Sudão e o Egito. Países que vivem graves problemas econômicos, políticos e sociais. Não temos muitos trabalhos acadêmicos sobre essa região e a dificuldade dos historiadores para tal empreitada é dificultada pelos problemas regionais.



Cuxe (também Cush, Cus, ou Kush) é um personagem bíblico do Antigo Testamento, mencionado em Gênesis 10:6 como o primeiro filho de Cam, sendo portanto, neto de Noé e irmão de Mizraim, Pute e Canaã, pertencendo a raça camita.



De acordo com o texto da Bíblia, Cuxe teria sido pai de Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá, Sabtecá e o poderoso Nimrod.

Cuxe, junto com seu irmão Pute, foi o fundador dos povos africanos de tez escura. Os descendentes de Cus habitavam o lugar que a bíblia chama de " Terra de Cus" (gên. 2:13). Não é possível hoje identificá-la, visto que os descendentes dele habitaram a África e sul da arábia. Todavia, os antigos gregos os chamavam de "Etíopes" (faces queimadas ou faces negras). Mais tarde os termo Cus passou a restringe-se à Etiópia.



Uma das mais antigas civilizações do vale do Nilo, Kush tinha seu núcleo principal na confluência dos rios Nilo Azul, Nilo Branco e Atbara, mas se estendia por 1.200 quilômetros às margens do maior curso d’água da África. Inicialmente, a região era dominada pelos egípcios. Os kushitas conseguiram a independência e, no auge de seu poderio, conquistaram o Egito no século 8 d.C. Durante um século eles imperaram em todo o vale do Nilo, até serem obrigados a retroceder às terras do atual Sudão. A dinastia de Meroe foi a última numa linhagem de “faraós negros” que governou Kush por mais de um milênio, até 350 d.C., quando o império, já enfraquecido pelas guerras contra o Egito, então sob domínio romano, foi invadido e subjugado pelas tropas de Ezana, rei de Axum (a atual Etiópia).




As pirâmides núbias são mais baixas que as egípcias – a maior possui 30 metros de altura – e mais pontudas, com ângulos de aproximadamente 70 graus de inclinação. Em Meroe foram encontrados três cemitérios, com mais de 100 pirâmides. Embora essas edificações tivessem sido cuidadosamente escavadas, revelando diversos objetos que expandem o conhecimento sobre a cultura kushita, muitos aspectos dessa civilização permanecem envolvidos em mistério. Até mesmo a cronologia dos fatos ainda não é precisa, ressaltou à AFP Salah Mohammed Ahmed, diretor assistente de antiguidades do Sudão.

A região pode guardar ainda muitas outras surpresas. Recentemente, o arqueólogo suíço Mattieu Honeggar descobriu em Wadi Al-Arab, um sítio no norte do Sudão, vestígios de que o local foi habitado mais ou menos 10 mil anos atrás, muitos milênios antes dos faraós negros. As escavações poderiam permitir um entendimento melhor da transição do homem para a vida sedentária.



Em 2007, pesquisadores do Instituto de Estudos Orientais da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, descobriram 55 pedras que seriam usadas para moer minério com ouro, a fim de extrair o metal, na região de Hosh el-Geruf, a 350 quilômetros de Cartum, perto da quarta catarata do Nilo. As escavações mostram que Kush era um rico centro de minérios. Segundo GeoffEmberling, do Instituto de Estudos Orientais da Universidade de Chicago, a Núbia era conhecida por seus depósitos de ouro. O Egito dominou a região entre 1539 a.C e 1075 a.C. e retirou de lá muito ouro.


No entanto, boa parte das riquezas arqueológicas a serem descobertas nessa região corre o risco de permanecer em segredo por causa da construção da hidrelétrica de Meroe, que inclui um lago de mais ou menos 160 quilômetros de comprimento. Infelizmente para arqueólogos e historiadores, o progresso industrial e os conflitos armados no Sudão podem enterrar para sempre muitos tesouros do país.


Império poderoso


Estabelecido por volta de 2500 a.C., o império de Kush era reconhecido pelo antigo Egito e pelos textos bíblicos. Acredita-se que os kushitas vieram de civilizações africanas que habitavam o sul do Nilo. Os moradores de Kush desenvolveram reinos poderosos. O primeiro foi centrado em Kerma (2000-1650 a.C). As últimas capitais foram Napata (800- 270 a.C) e Meroe (270 a.C.-370 d.C).

Por quase um século, os kushitas governaram seu vizinho do norte, o Egito. Conhecidos também como “faraós negros”, os soberanos da Núbia contribuíram muito para a civilização egípcia. Arqueólogos encontraram evidências de que os faraós de Kush, que representam a 25ª dinastia no poder do Egito, mandaram construir e restaurar muitos monumentos dos dois reinos. Algumas representações, principalmente as dos faraós, mostram novas formas originadas da mistura da cultura dos dois povos.

Numerosas representações faraônicas têm características faciais de kushitas, bem como alguns dos artefatos usados pelos soberanos. Os faraós kushitas conseguiram reunificar um Egito desgastado, criando um império que se estendia da fronteira sul, onde hoje é Cartum, até o Mar Mediterrâneo.


veja este documentário sobre o reino. ( em espanhol )
















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