quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Manuscritos hebraicos milenares são encontrados no afeganistão
Encontrada coleção recorde de textos bíblicos antigos
Manuscritos judaicos possuem mais de 1000 anos de idade
A Biblioteca Nacional de Israel confirmou a descoberta de uma coleção única de antigos manuscritos judaicos ao leste do Afeganistão, sendo que foi adquirido cerca de 29 dos pergaminhos, com mil anos de idade.
Os documentos foram encontrados por agricultores locais em uma caverna na fronteira com o Irã, numa região que hoje é um reduto dos talibãs. Contendo letras e contratos civis em hebraico, aramaico, árabe e persa, como textos religiosos, por exemplo, um comentário do Livro de Isaías, o primeiro dos Livros profético do Tanach (Antigo testamento dos cristãos).
Devido o ambiente seco dentro da caverna que era usado como residência por uma família de raposa, os manuscritos puderam ser bem conservados. Segundo os cientistas, na época medieval a região foi um importante centro cultural e econômico. Detalhando que se trata de uma primeira evidencia física de que no antigo Afeganistão tinha uma comunidade judaica.
Não se sabe com precisão de quantos manuscritos se trata, mas estima-se ser de centenas. A maior parte deles hoje em dia se encontra nas mãos de traficantes europeus. Segundo os especialistas israelenses, eles perceberam a descoberta, que supostamente é a mais importante dos últimos 100 anos (desde 1896, quando em uma sinagoga egípcia descobriram uns 100.000 manuscritos bíblicos antigos), depois que vários comerciantes entraram em contato com eles.
Os 29 pergaminhos chegaram a Israel no final da semana passada como resultado de mais de um ano de negociações. A Biblioteca se recusa a comentar sobre o montante da transação, mas comunica que se trata de apenas uma primeira compra e que haverá mais num futuro próximo.
Eles foram comprados pela Biblioteca Nacional de Israel e possuem grande valor histórico. Mostram a presença da comunidade hebraica no norte da região do Afeganistão, perto da fronteira com Irã e Uzbequistão, ainda dominada pelo grupo Talibã.
O diretor acadêmico da Biblioteca, professor Haggai Ben-Shammai, disse ao jornal Haaretz. “A área remota onde esses documentos foram encontrados foi um importante centro econômico, cultural e político na Idade Média”.
“Nós tivemos muitas fontes históricas de assentamentos judaicos naquela área”, ressaltou Ben-Samai. “Esta é a primeira vez que temos uma grande coleção de manuscritos que representa a cultura dos judeus que viviam ali. Até hoje não tínhamos nada sobre isso”.
São 29 rolos, os quais se acredita que façam parte de um grupo de várias centenas. Eles seriam de uma “genizah”, local de uma sinagoga onde são guardados documentos. O clima seco das cavernas possibilitou sua excelente conservação. Tratam-se de manuscritos de diversos tipos.
Alguns são de teor religioso, outros são contratos e correspondência jurídica e familiares. Estão escritos em hebraico, aramaico, árabe e persa. Parte deles usam um alfabeto com um sistema de vocalização bastante particular, chamado de “babilônico”, que foi muito comum entre os judeus de Bagdá.
Entre as descobertas, a mais importante é um comentário do Livro de Isaías, que seriam de autoria do famoso rabino egípcio Saadia Gaon, que viveu no século X, entre Egito e Bagdá. A biblioteca se recusou a dizer quanto pagou pela coleção, acrescentando que esperava para comprar mais no futuro e não quer aumentar os preços.
Para especialistas israelenses, essa pode ser a descoberta mais importante dos últimos 100 anos. A maior ainda é de 1896, quando foram descobertos mais de 100.000 manuscritos bíblicos antigos em uma sinagoga egípcia.
Traduzido de RT.com.
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