O jornalista americano A.J. Jacobs, decidiu passar um ano vivendo de acordo com os preceitos bíblicos, fazendo um interpretação independente das escrituras, o que o tornou neste período um “fundamentalista máximo”, como ele mesmo se define na introdução do livro que resultou dessa experiência. O livro The Year of Living Biblically (“O Ano em Que Vivi Biblicamente”) ainda não tem data prevista para lançamento no Brasil.
Jacobs fez uma lista de 72 páginas com mais de 700 regras, que ia de Gênesis ao Apocalipse, que arbitram a vida de um homem comum, segundo a interpretação dele da bíblia.
Definindo-se no início de seu livro, por “agnóstico”, um judeu, Jacobs dividiu sua jornada bíblica de um ano da seguinte maneira: os nove primeiros meses abordariam o Velho Testamento, período histórico com maior extensão, sendo este ainda adotado pelo judaísmo e os últimos três meses daria prioridade ao Novo testamento.
Durante o período deste um ano bíblico, Jacobs foi se transformando em uma espécie de Moises Nova Yorkino, deixou sua barba crescer, passou a usar azeite para lavar a cabeça, ao invés de condicionador e passou a usa túnicas brancas, cujos os tecidos não misturassem lã e linho.
Para você que pensa que nosso aspirante a beato era na época alguém sozinha, esta enganado. Quem não ficou muito contente com o novo visual e costumes dele foi sua esposa Julie.
O ano bíblico do jornalista, contou com grandes ousadias e aventuras pelas passagens da bíblia, que foram desde proibição de tocar em qualquer mulher em seu período menstrual, a controle de alimentação (o que o levou a comer bombons de grilos, pasme você), o apedrejamento de um adúltero (que por sua vez, teve desfecho muito engraçado de história) e até mesmo manter um escravo (o que preocupava o jornalista, pois em pleno séc. 21 é crime, foi então, quando surgiu um e-mail de um universitário querendo estágio particular, nada mais apropriado no momento, um acordo de estagio sem remuneração). Jacobs privou-se até mesmo de usar palavrões durante este ano.
Segundo relata o livro, Jacobs encontrou grande encontrou grandes de dificuldades, porém, as superou ao enfrentar a luxuria, cobiça e a rotina de orações. No entanto, o maior desafio foi a fé, o escritor do início do livro é um homem de 38 anos, com um filho de 2 anos e uma enorme vontade de aumentar a família. Ele não tem fé, mas sente falta de um alicerce moral para o próprio lar e mergulha na religião, um terreno desconhecido. Nos primeiros meses, sente-se desconfortável fazer orações; perto do fim do projeto, experimenta o êxtase místico – dançando feito um rabino louco ao som de Beyoncé, na festa de 12 anos (bat mitzvah) de uma sobrinha. Mas ainda se declara agnóstico.
Aparentemente, Jacobs conseguiu encontrar o sentido que buscava. E uma explicação, embora nem sempre convincente, para cada uma das regras bíblicas.
“Se os judeus aceitam como metáfora uma ordem divina e os cristãos ignoram muito do Velho Testamento, quem segue a Bíblia ao pé da letra, de cabo a rabo? Ninguém, nem os fundamentalistas. Quem se propõe a fazer uma leitura literal da Bíblia acaba sempre escolhendo o que vai obedecer” conclui Jacobs.
Em uma matéria de 2007 o jornalista Marcos Nogueira fala a revista Super Interessante alguns relatos detalhados da experiência de A. J. Jacobs.
O que ele mais precisava, dispensou, ou não quis ter sinceramente, que é a fé (Heb. 11:6). Neste caso teria encontrado Aquele que poderia mudar a sua vida para sempre, JESUS.
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